segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bookstore





“Certos lugares que me davam prazer tornaram-se odiosos. Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição.”

(Graciliano Ramos, In: Angústia)

sábado, 28 de agosto de 2010

Jacotot e a EAD




Na educação presencial escolar, o professor em sala de aula tende, de modo costumeiro, a querer alocar na cabeça dos alunos um saber pronto que seja aquele ensinado ali pelos mestres, dizem os defensores da educação a distância. Estes deslegitimam a pedagogia herbartiana na medida em que acreditam não haver nela espaço para a manifestação dos pensamentos e saberes dos alunos. Propõem então que a EAD torne-se um método extensivo, pois permite aos alunos buscarem seu conhecimento a partir de sua dedicação pessoal e sem que haja um mestre a incutir-lhes formas de pensar prontas. Esse pensamento parte de pressupostos das obras de teóricos como Jacotot e John Dewey.


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Lacan e a EAD




Sócrates acreditava que ensinar o homem, era como cuidar de sua alma, de onde se origina toda a razão, inteligência, consciência e discernimento diante das escolhas a serem feitas frente aos desafios impostos a todo o momento. Já Lacan afirma que é necessário nos utilizarmos do imaginário e do simbólico, para nos aproximarmos da suposta realidade, isso sendo feito através da linguagem que se estrutura no inconsciente, ou seja, para Lacan “o inconsciente é estruturado como uma linguagem”.

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Sócrates e a EAD



A filosofia de Sócrates “permite trabalhar a questão relativa ao que se pode ensinar e aprender, já que apresenta um paradoxo segundo o qual é impossível ensinar algo que o outro já não saiba” (Murta, 2010, p. 8). Como ponto de partida para a elaboração do conhecimento Sócrates se servia do diálogo, e para tanto se servia de pequenos grupos, com uma particularidade, ao se ver que o interlocutor havia assimilado o conhecimento o diálogo era encerrado.


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Sofistas e EAD




Na Educação Aberta e a Distância, todos são aprendizes, tanto o professor quanto o aluno, diferente do modelo de aprendizagem sofista cujo detentor do saber é apenas o mestre que tem como principal tarefa convencer os demais de suas idéias, difundindo suas explicações e ilusões, em suma, tem o propósito de persuadir pessoas sobre um determinado pensamento, que nos move a crer sem saber, devido à empatia estabelecida com o ouvinte, usando a habilidade da linguagem de forma eloqüente para a intensificação de suas idéias, convencendo a todos de que a sua opinião é a correta, o que limita a forma de pensar e refletir de quem o ouve, pois as palavras são usadas como instrumentos de sugestão e persuasão para convencerem seus interlocutores e estes se iludem de que suas necessidades de saber, conhecimento retórico, foram supridas pelo discurso do mestre.

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Avaliação - Metodologia EAD

APRESENTAÇÃO




É importante salientarmos que as nossas produções textuais a respeito das temáticas estudadas e debatidas, resultaram em quatro textos que foram construídos em um único grupo, porém será postado em dois blogs diferentes, pois na disciplina mídias da educação, devido ao maior número de pessoas, e de forma a facilitar o acesso ao computador dentro da logística do espaço físico, houve a produção de dois blogs. Assim os textos serão postados nos blogs: e http://filosofiasemacucar.blogspot.com/ e http://www.dialogandoentrefilpsi.blogspot.com/.

O Grupo é: Cintia Morello, Danuza Barros Gomes, Fernanda de C. Ferreira, Joanir Campanha Neto, Márca Carvalho Vieira, Paula Florinda de F. Faria, Paulo Sergio Bianchi.

sábado, 10 de julho de 2010

O Evangelho Segundo a Playboy


A polêmica

A versão portuguesa da revista Playboy causou grande polêmica após publicar ensaio em homenagem ao escritor José Saramago, que morreu no dia 18 de junho.

As fotos incluem a imagem de Jesus Cristo, representado por um modelo, ao lado de mulheres seminuas em poses provocantes. Segundo a revista, a ideia era recriar uma das obras mais importantes de Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, como um pornô leve.





A Playboy Enterprises, que controla os direitos da marca no mundo todo, anunciou em comunicado enviado à imprensa, que a filial de Portugal vai perder sua licença e terá que fechar as portas. A informação foi negada pela edição portuguesa, que prometeu colocar a edição de agosto nas bancas em breve.

O site Gawker reproduziu comunicado da vice-presidente de relações públicas Theresa Hennessy: “Nós não vimos ou aprovamos a capa e o ensaio da edição de julho da Playboy Portugal. É uma quebra chocante dos nossos padrões e nó s não teríamos permitido isso se tivéssemos visto antes. Como resultado disso e de outros problemas com a editora portu guesa, estamos iniciando o processo de romper o nosso contrato.”¹


O livro


O evangelho segundo Jesus Cristo conta a conhecida história de Jesus Cristo: do nascimento à morte. No entanto, como o próprio titulo sugere, é um evangelho que pretende contar a história do homem Jesus Cristo. O romance desacraliza o discurso judaico-cristão preenchendo as lacunas, próprias de um texto mítico, com a realidade humana. O texto se torna, assim, irônico, pois desconstrói o texto sagrado através do incremento de detalhes tipicamente humanos.²

Saramago, tomando a liberdade da criatividade que as palavras nos permitem, escreveu essa belíssima obra de ficção, contudo, parece ser possível darmos contornos de “realidade”, dependendo do ponto de vista do leitor. Em contrapartida, lembremo-nos de que para falar sobre a vida de Jesus, ou do personagem Jesus, perante uma cultura onde o cristianismo enquanto instituição se cristalizou há milênios, como bem sabemos, só é legitimada enquanto discurso reservado aos sacerdotes, em outras palavras, não se fala de Jesus Cristo enquanto “palavra da verdade” senão pela caduquice dos catedráticos da religião.

No meio religioso, vários tomaram a obra de Saramago sob a cegueira da fé, da ordem da Verdade e do sagrado, pariram uma interpretação mutilada e disforme, ou melhor, em forma com a moral cristã. É nesse sentido que parece ser o mais adequado compreendermos como foi a reação do público quando foi lançada a obra. Merece ainda ser tomado de nota, que a reação das massas não merece muito da nossa atenção senão a desconfiança.

Saramago apresenta-nos um Jesus humano como todos os outros, tão humano que nos admiração. Jesus é um homem que em sua época se destoa dos demais pela sua inteligência de questionar, ir além, seja de Deus ou do homem; a própria Maria, mãe de Jesus, não escapa da argúcia do filho, de tal modo que, devido aos conflitos entre eles, Jesus resolve partir sozinho em busca de suas respostas existenciais.

Eis que Deus aparece ao homem Jesus e lhe diz que é seu pai, eis então um Jesus mais repleto de questionamentos: que queres tu de mim? por que tem que ser assim? se tens tanto poder assim, por que queres tanto mal? – Não se surpreenda o leitor se perceber um Deus lacônico, um pai pouco interessado no filho.

Esse é só um ponto de partida de uma obra que tem a capacidade de nos fazer sentir dentro de todo o cenário cultural e social que envolvia a vida de Jesus Cristo, bem como suas dificuldades, seus anseios e suas dores. A riqueza dos detalhes com que Saramago consegue “mostrar” os cenários, os comportamentos, os personagens e toda atmosfera da época, pode fazer o leitor sentir os pregos rasgando as mãos e os calcanhares durante as crucificações. Ou o que sentirá os leitores, nos momentos iniciais da obra, quando Saramago narra os sacrifícios de bois, cordeiros e bezerros no Templo, local de oferenda de sangue ao Deus beberrão? Tanta crueza que Jesus se nega a fazer o que todos faziam.

Para além da ordem sagrada, cega em suas próprias verdades, Saramago nos mostra uma ficção, porém, muito além da ficção bíblica. Em “O evangelho segundo Jesus Cristo”, o homem Jesus Cristo é um personagem comum, por isso sentimo-nos que ali ele é “real”, em suas aventuras e dores pelo mundo de Jerusalém afora, trabalhará para o Diabo, desafiará Deus, tentará convencer a mãe de que aquilo que todos seguem não significa o derradeiro caminho, e o que diremos, dele Jesus, que conhecerá os prazeres da vida com a prostituta Magdala.

Por não ser real, a obra de Saramago torna mais real que a nefasta Bíblia.³




1 - Texto retirado de: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2966010.xml&template=3898.dwt&edition=15066&section=1315.
2 - http://www.sitedeliteratura.com/Litestrang/evangelho2.htm
3 - http://www.eternoretorno.com/2008/10/31/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-de-jose-saramago/