sábado, 10 de julho de 2010

O Evangelho Segundo a Playboy


A polêmica

A versão portuguesa da revista Playboy causou grande polêmica após publicar ensaio em homenagem ao escritor José Saramago, que morreu no dia 18 de junho.

As fotos incluem a imagem de Jesus Cristo, representado por um modelo, ao lado de mulheres seminuas em poses provocantes. Segundo a revista, a ideia era recriar uma das obras mais importantes de Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, como um pornô leve.





A Playboy Enterprises, que controla os direitos da marca no mundo todo, anunciou em comunicado enviado à imprensa, que a filial de Portugal vai perder sua licença e terá que fechar as portas. A informação foi negada pela edição portuguesa, que prometeu colocar a edição de agosto nas bancas em breve.

O site Gawker reproduziu comunicado da vice-presidente de relações públicas Theresa Hennessy: “Nós não vimos ou aprovamos a capa e o ensaio da edição de julho da Playboy Portugal. É uma quebra chocante dos nossos padrões e nó s não teríamos permitido isso se tivéssemos visto antes. Como resultado disso e de outros problemas com a editora portu guesa, estamos iniciando o processo de romper o nosso contrato.”¹


O livro


O evangelho segundo Jesus Cristo conta a conhecida história de Jesus Cristo: do nascimento à morte. No entanto, como o próprio titulo sugere, é um evangelho que pretende contar a história do homem Jesus Cristo. O romance desacraliza o discurso judaico-cristão preenchendo as lacunas, próprias de um texto mítico, com a realidade humana. O texto se torna, assim, irônico, pois desconstrói o texto sagrado através do incremento de detalhes tipicamente humanos.²

Saramago, tomando a liberdade da criatividade que as palavras nos permitem, escreveu essa belíssima obra de ficção, contudo, parece ser possível darmos contornos de “realidade”, dependendo do ponto de vista do leitor. Em contrapartida, lembremo-nos de que para falar sobre a vida de Jesus, ou do personagem Jesus, perante uma cultura onde o cristianismo enquanto instituição se cristalizou há milênios, como bem sabemos, só é legitimada enquanto discurso reservado aos sacerdotes, em outras palavras, não se fala de Jesus Cristo enquanto “palavra da verdade” senão pela caduquice dos catedráticos da religião.

No meio religioso, vários tomaram a obra de Saramago sob a cegueira da fé, da ordem da Verdade e do sagrado, pariram uma interpretação mutilada e disforme, ou melhor, em forma com a moral cristã. É nesse sentido que parece ser o mais adequado compreendermos como foi a reação do público quando foi lançada a obra. Merece ainda ser tomado de nota, que a reação das massas não merece muito da nossa atenção senão a desconfiança.

Saramago apresenta-nos um Jesus humano como todos os outros, tão humano que nos admiração. Jesus é um homem que em sua época se destoa dos demais pela sua inteligência de questionar, ir além, seja de Deus ou do homem; a própria Maria, mãe de Jesus, não escapa da argúcia do filho, de tal modo que, devido aos conflitos entre eles, Jesus resolve partir sozinho em busca de suas respostas existenciais.

Eis que Deus aparece ao homem Jesus e lhe diz que é seu pai, eis então um Jesus mais repleto de questionamentos: que queres tu de mim? por que tem que ser assim? se tens tanto poder assim, por que queres tanto mal? – Não se surpreenda o leitor se perceber um Deus lacônico, um pai pouco interessado no filho.

Esse é só um ponto de partida de uma obra que tem a capacidade de nos fazer sentir dentro de todo o cenário cultural e social que envolvia a vida de Jesus Cristo, bem como suas dificuldades, seus anseios e suas dores. A riqueza dos detalhes com que Saramago consegue “mostrar” os cenários, os comportamentos, os personagens e toda atmosfera da época, pode fazer o leitor sentir os pregos rasgando as mãos e os calcanhares durante as crucificações. Ou o que sentirá os leitores, nos momentos iniciais da obra, quando Saramago narra os sacrifícios de bois, cordeiros e bezerros no Templo, local de oferenda de sangue ao Deus beberrão? Tanta crueza que Jesus se nega a fazer o que todos faziam.

Para além da ordem sagrada, cega em suas próprias verdades, Saramago nos mostra uma ficção, porém, muito além da ficção bíblica. Em “O evangelho segundo Jesus Cristo”, o homem Jesus Cristo é um personagem comum, por isso sentimo-nos que ali ele é “real”, em suas aventuras e dores pelo mundo de Jerusalém afora, trabalhará para o Diabo, desafiará Deus, tentará convencer a mãe de que aquilo que todos seguem não significa o derradeiro caminho, e o que diremos, dele Jesus, que conhecerá os prazeres da vida com a prostituta Magdala.

Por não ser real, a obra de Saramago torna mais real que a nefasta Bíblia.³




1 - Texto retirado de: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2966010.xml&template=3898.dwt&edition=15066&section=1315.
2 - http://www.sitedeliteratura.com/Litestrang/evangelho2.htm
3 - http://www.eternoretorno.com/2008/10/31/o-evangelho-segundo-jesus-cristo-de-jose-saramago/

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Por favor, salvem a professorinha!!!


Pensando mais um pouquinho no "aprender a aprender" e na "sociedade do conhecimento" de Newton Duarte, acrescentaria mais uma ilusão às cinco citadas pelo autor: a culpa é do professor. Acredito que minha "sexta ilusão" está implícita nas demais mas merece um tópico especial.
O autor afirma ser uma ilusão a idéia de que o apelo à consciência dos indivíduos constitui o caminho para a a superação dos grandes problemas da humanidade. Concordo. Não só concordo como recordo-me, sem saudade alguma, o tempo em que "dava" aula e sentia todo o peso do mundo em minhas costas.
A educação está na moda. E sendo assim o apelo a esta consciência que livrará a humanidade de todos os males passa pelas mãos dos professores. Fardo pesado. O discurso que a educação é o único caminho para acabar com as desigualdades, com a fome, com a violência, com a corrupção e blá, blá, blá é muito cômodo para quem profere mas tem efeito devastador para quem vive a responsabilidade de trabalhar com educação no Brasil. Temos uma estrutura educacional decadente, ineficiente, indescente... Não ousaria enumerar os problemas das nossas escolas aqui.
As cobranças desmedidas em cima do professor têm como pano de fundo essas ilusões que caem nas graças dos menos avisados e torna-se verdades absolutas. E absurdas.
A escola vai tirar nossos alunos da marginalidade? A educação vai tirar nossos alunos da marginalidade? Nós vamos tirar nossos alunos da marginalidade?
Acho que não. Assim como acho que não é nossa a obrigação acabar com as guerras e a fome no mundo. Para problemas dessa amplitude precisamos de soluções mais amplas também.
Não, não vou propor soluções para estas questões porque minha intenção é só o desabafo mesmo.
O Brasil perdeu a copa. Essa culpa talvez seja realmente nossa. Afinal, quem mandou o Dunga escolher Augusto Cury como professor....

domingo, 4 de julho de 2010

Eu odeio o Orkut



"A interface do Orkut foi muito bem feita. Há uma harmonia grande entre usabilidade e estética, com links em azul sublinhado convivendo com ícones graciosos, firulas e, pasme, capitulares numa tipografia fantasia de silhuetas de seres humanos. Uma vez que você entra lá, dificilmente consegue sair sem ficar pelo menos alguns minutos. A forma como a navegação é organizada é altamente persuasiva."
O texto acima foi retirado de um blog que no início de 2004 apresentava um novo site que unia fóruns e rede sociais. O autor do texto já escrevia acerca da capacidade do Orkut em ser viciante, mas tenho certeza que ele não sabia quais as proporções que esse "vício" iria atingir.
Qual de nós, mesmo após um dia exaustivo de trabalho, com milhões de outras coisas para fazer, ligamos o computador só para “dar uma olhadinha” no Orkut, vê se nas últimas 2 horas, alguém deixou um recado ou postou novas fotos no perfil. Além disso, ninguém mais consegue conhecer alguém novo e não procurar o seu perfil no Orkut. Se essa pessoa não possuir uma conta, já suspeitamos que ela esconde algo, pois: "Que tipo de segredo essa pessoa tem que não pode ter um Orkut?!" E quantos namoros, amizades e empregos não foram destruídos por causa desse site azul cuja intenção é que você faça amigos e encontre pessoas com os mesmo interesses que você?
É a partir desse contexto que o roteirista e escritor Evandro Berlesi escreve o livro “Eu odeio o Orkut” (Editora Alcance, 2008). O livro conta a história de Jader Bertola, um Office-boy que trabalha na funerária de seu tio, até viciar-se no Orkut e perder tudo, incluindo emprego e a namorada. O rapaz entrou inocentemente na internet em busca de uma namorada para poder esquecer a última (que lhe trocou por um balconista do McDonald´s, local onde ele nunca colocou os pés por questões políticas) e acabou tornando-se um dependente. Internado em uma clínica de desintoxicação orkutiana, Jader Bertola faz um download de suas memórias para um colega de quarto escrever um livro contando a sua decadência (do convite maligno até o offline), como um alerta aos jovens que dia após dia entram idiotamente no Orkut sem saber que estão entrando num caminho sem volta. Jader relata toda a sua vida, desde alguns fatos da infância na cidade, até a fase adulta (onde, às vezes, se comporta como uma criança).
Este ano, o Alvoroço Filmes lança o filme “Eu odeio o Orkut”, com participação especial de Luana Piovani. Vale a pena assistir.

.
Macking of do filme "EU odeio o Orkut. Para assistir ao trailer, clique aqui.



sábado, 3 de julho de 2010

Domínio Público



Segundo a definição juridica no Brasil, " os direitos de um autor não são eternos. Via de regra eles expiram em alguns anos após a morte, passando assim para o domínio público.
Domínio público ocorre quando não incidem mais direitos autorais do autor sobre sua obra, podendo, portanto ser reproduzida livremente por qualquer pessoa. A obra pode ser copiada sem a autorização do autor, editor, ou de quem os respresentem."

Esse é um dispositivo interessante, permite ao medíocre a delícia de sentir-se grande e acreditar que pode ser genial ao citar o gênio. A citação da grande obra e a apropriação das palavras do sábio e do erudito permitem ao homem comum pensar-se importante e acreditar que tem lugar no mundo. Acredita até mesmo ter o direito de abrir a boca e dizer veleidades com a palavra dos grandes.

Notas sobre objeto de aprendizagem.


Um objeto de aprendizagem pode ser utilizado em diferentes contextos e em diferentes ambientes de aprendizagem, para atender a necessidade de quê busca tal conhecimento ou informação.

O objeto de aprendizagem é fundamental na busca do conhecimento porque para haver conhecimento precisa ter contato com o objeto de aprendizagem.

Mas para que ocorra a aprendizagem é necessário que o “autor” busque, pesquise, interaja e se envolva com o objeto de aprendizagem, para poder desenvolver e ampliar os conhecimentos já adquiridos e formar sua opinião própria.

Para esclarecer melhor demos como exemplo, um jogador de futebol. Se ele não entrar em contato com a bola, não entender das regras e não se dedicar, dificilmente terá sucesso.


link para o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=M7aHFTxX1pQ



Disponível em pt.wikipedia.org/wiki/Objeto_de_aprendizagem